ב״ה

O nome desta Parasha expressa a vida de Sarah mesmo no relato de sua morte “E viveu Sarah cem anos, vinte anos e sete anos; os anos da vida de Sara” (Bereshit 23:1). A Parasha enaltece a sua vida e expressa a integridade e que cumpre os propósitos Divinos em seu lar e na missão conjunta com seu esposo Avraham Avinu na conscientização da unidade Divina para o mundo.  

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O que a Parasha nos ensina hoje? 

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No relato da Torah os anos são repetidos “cem anos, vinte anos e sete anos” (Bereshit 23:1). Esta repetição diz respeito a períodos da vida de Sarah. O primeiro período refere-se ao tempo, quando Avraham tinha cem anos e ela concebeu seu filho tendo noventa anos. A matriarca, aos cem anos da idade de seu esposo, relaciona-se a um período de sua vida que estava incorporado a do marido, ou seja, ele aguardou cem anos até que nascesse Ytschac e, isto, corresponde como se ela mesmo aguardasse os mesmos cem anos. Suas neshamot estavam ligadas intimamente, sendo assim, os dois eram como um corpo composto realizando os propósitos divinos no mundo de seu tempo como uma única unidade. Assim, ela compartilha em conjunto com seu cônjuge suas expectativas e aflições, tristezas e alegrias.  

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Aos vinte anos, corresponde ao período em que Sarah contempla seu filho de uma criança de colo se tornar um homem adulto e temente ao Eterno. O foco da vida dela passa a se concentrar no filho sem, contudo, negligenciar os outros aspectos da própria vida, como esposa e matriarca da nação. No início deste período, ela exerce autoridade e em um ato de proteção ao expulsar Hagar e Ishmael de seu meio. Este foi um propósito na vida de Sarah, formar um tsadik que iria ser o próximo patriarca do povo judeu e necessitava se tornar um homem íntegro e completo, um exemplo às futuras gerações.  

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Os últimos sete anos de sua vida equivale a um ciclo de shemitá, que se cumpre restaurando todas as coisas. Este é um período onde ela se encontra completa, basta agora aperfeiçoar e dar o acabamento final do que já realizou. Ela parte em direção ao Olam Raba antes do marido, logo após da Akedá Itschac, um dos grandes propósitos da sua vida e da vida de seu filho. Proclamando pelas gerações a metáfora da redenção na humanidade em Yeshua HaMashiach. 

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Avraham e Sara geraram o primeiro judeu nascido em Erets Israel. Ytschac era o Filho da Promessa que viria tão somente do ventre de Sarah. É, justamente, o primogênito de todo Benei Ysrael, no qual Avraham é ordenado para que seja sacrificado. Ytschac representa o Filho de Avraham que foi substituído pelo corban enviado de D’us no Har Moriah, de Tsion, o nível da Aliança que chegará ao ápice  com Yeshua HaMashiach. Vemos, então, os dois níveis da Aliança se cumprindo no futuro na Akedá Itschac. Conforme Galatas 4, Har Sinai representa o Matan Torah, a entrega da Torah, e Har Tsion representa o Mashiach. Em Yerushalaim temos Har Moriah, o Monte Santo do Beit HaMikdash, onde ocorreu nos tempos de Avraham a Akedá Ytschac.  

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"E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; por que de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor." (Yesha'yahu 2:3).  

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Yesha'yahu diz "Ki mitsion tetse Torah" apontando o nível da Torah para com o Mashiach, que este não virá no nível do Sinai, mas será mais elevado. Não será mais no deserto, uma terra neutra que indica revelação pela fé para todos os povos. Contudo virá em Yerushalaim, referindo-se a Cidade do Grande Rei, o Mashiach de D’us, representante na terra, onde todos os povos se congregarão.

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Os anos da vida de Sarah sendo repetida a frase na Torah nos mostra os valores dos dias dos anos da vida da matriarca.  

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"E era Avraham já zaken (velho) e adiantado em idade." (Bereshit 24:1).  

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Neste passuc, a Torah nos diz que Avraham era “Zaken”. O velho em hebraico é o mesmo que sábio, aquele que tem experiências com a vida e vivência com o Eterno. O Sábio acumula sabedoria e experiências próprias e é testemunha ocular de acontecimentos com o próximo. O sábio tem, em geral, tolerância com o próximo, pois apendeu que ele não é o dono da verdade. Este tem o temor do Senhor por ser julgado com o mesmo peso com que julga e, assim, olha para si mesmo e tem compaixão também do outro.  

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“Avhaham era entrado de dias”. Este termo não representa uma redundância, mas diz respeito ao conceito judaico do preenchimento diário nos dias, como em expressões que se deseja ao outro querido, “sejam os teus dias longos”. Este não se refere, necessariamente, em muitos anos de vida, mas se refere também a anos bem vividos, muitos frutos em muitos anos. Portanto o termo: “Sejam os teus dias longos” diz  respeito à questão da qualidade dos dias, sem ociosidade, nem perda de tempo que significa perda de vida. Contudo, existe uma batalha travada entre a neshama e o corpo, ambos querem se deleitar em seus desejos. A alma veio do Eterno e quer coisas elevadas, mas o corpo material anseia a toda hora saciar-se desejos não elevados, a preguiça, os excessos, os prazeres que não se relacionam aos propósitos divinos e afastam o ser em se deleitar espiritualmente e cumprir sua missão no mundo.  

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"Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da punição da lei." (Gálatas 5:16-18).

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Portanto, dias longos são dias produtivos da alma e este conceito realça a atividade da neshama em meio a um ambiente decaído e pronto para ser iluminado pela luz de D’us através dos seus instrumentos eleitos como está escrito, "Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz." (Efésios 5:8).    

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Assim, Sarah cumpre seu papel principal aguardando na promessa de HaShem, juntamente, com Avraham sabendo que a dificuldade de ter um filho não estava na pessoa de Avraham, mas dela mesmo. A dor dela se multiplicava, pois tinha consciência do chamado não só de seu esposo como, também, dela própria. Por conta disso, a certa altura, em um gesto desprendido sugere ao seu esposo que tenha um filho com sua serva. Seus olhos estavam fitos nas promessas de HaShem para com o esposo e isso, depois de tantos anos aguardado e se mantendo fiel, naquela altura um filho com sua escrava a ela bastava.

 

No entanto, a fidelidade do Eterno supera todas as expectativas e a eleita a ser a matriarca de todo povo judeu é a persistente Sarah, aquela que se junta ao marido e trabalha em função ao reino de D’us e a formação de Am Ysrael. Deste modo, Ytschac implica nas primícias do casal eleito, ele é a representação do que foi consagrado e separado ao Eterno e tipifica o Am Ysrael e o descendente de Avraham, o próprio Mashiach que viria de sua descendência. Desta forma nas gerações e aos futuros talmidim será revelada a luz da Torah e a redenção do Mashiach, não somente a Am Ysrael como, também, a todas as nações em todos os tempos! 

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"Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (Mattityahu 5:14-16).

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Rosh Yossef Chaim (Maurício) – B'rit Olam.