Parashat Corach
Parashat Corach – Números 16.1 – 18.32
Esta parashat relata a rebelião de Corach, Datam e Abiram junto com duzentos e cinquenta homens contra Moshê e Aarão e a morte dos revoltosos. No dia seguinte nova rebelião e uma praga no meio do povo. Moshê e Aarão intercedem pela congregação, pois HaShem queria eliminá-los. O bordão de Aarão floresce, entre os doze bordões dos príncipes. O Eterno orienta sobre o serviço dos sacerdotes e dos levitas, e dízimos e ofertas que receberiam, já que não teriam herança de terra.
Esta parashat traz um grande ensino sobre submissão às autoridades estabelecidas pelo Eterno. A rebelião é um pecado muito grande, podemos ver pela punição que receberam os revoltosos nos episódios relatados neste texto da Torah: tragados pela terra e queimados. Está escrito em I Samuel 15.23: “porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria.” Algo que pode começar de uma forma muito simples e até com ar de “santidade”: críticas contra o líder, contestações, reclamações, lashon hará (falar mal), fofocas, conversas desnecessárias.
Davi fora ungido rei de Israel, enquanto Shaul já havia sido rejeitado, mas ainda governava. Shaul perseguia Davi, queria mata-lo, mas Davi não levantou a mão contra o ungido do Senhor. Embora Shaul estivesse errado, e Davi tivesse tido a oportunidade de mata-lo, não o fez. I Samuel 26.9: “Mas Davi respondeu a Abisai: Quem levantaria a mão contra o ungido de HaShem e ficaria impune?” Davi entendia o conceito de autoridade estabelecida pelo Eterno.
Estes homens da parashat não souberam respeitar o líder que o Eterno estabelecera, e colheram sua própria destruição. Disputavam sobre a liderança de Moshê e Aarão, dizendo que toda a congregação era santa, e eles não podiam se exaltar sobre os demais. A rebelião neste caso foi motivada pela inveja. Sendo de fato esta um grande veneno nos relacionamentos entre as pessoas. As Escrituras nos ensinam a nos alegrar com os que se alegram, e a chorar com os que choram. (Rm 12.15) E também: “Tratai a todos com honra, amai os irmãos, temei a D-us, honrai o rei” (I Pe 2.17). Tudo isso nos é ensinado pois o coração enganoso do homem o leva a querer o posto, os bens, a aparência, o carisma do outro. O Eterno criou cada um à Sua imagem e semelhança, com propósitos específicos, com dons e talentos diversos, tudo para a Sua glória. Rav Shaul nos lembra que somos um corpo, e que cada membro é importante.
Enfim, O Eterno faz um grande milagre para sinalizar a quem Ele escolheu para o sacerdócio. As varas dos príncipes são colocadas diante de HaShem, no Mishkan, para que o Eterno faça florescer a vara da tribo escolhida. E então no outro dia a vara de Aarão estava com brotos, flores e amêndoas. E a vara de Aarão foi guardada no Mishkan, para que servisse de sinal e lembrança para todos. E que não morressem pelas murmurações contra o Eterno. (Nm 17.10) Muito forte, o Eterno disse que as murmurações eram contra Ele. Por isso somos alertados nesta parashat a fugir da murmuração e da reclamação contra a liderança que o Eterno estabeleceu. A deixar a inveja e buscar cada um o interesse dos demais e não a agradar seu próprio ego. Que possamos crescer como irmãos no Mashiach, e tudo sirva para o louvor da glória do Pai. Assim trazendo frutos para o Reino, pois uma casa dividida não subsiste.
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