Parashat Êkev
Êkev, pois que, por causa. Esta parashat relata as bênçãos decorrentes da obediência também instruções de como agir para com o os povos da terra que tomarão por herança. Exorta a lembrar de tudo o que o Eterno fez durante a passagem pelo deserto, e que nada disso foi por força do próprio braço. A terra será dada por HaShem, e não por causa da justiça e retidão de Israel. Moshê relembra condutas erradas do povo e sua rebeldia. Fala das tábuas da Lei, exorta novamente o povo a obedecer e ressalta as bênçãos que advirão.
Moshê rabênu está dando as últimas instruções aos benei Israel. E ele discorre sobre as bênçãos que advêm da obediência a HaShem. Explica de uma forma muito didática, relembrando os fatos com suas consequências, e salientando a grande misericórdia do Eterno em trazer o povo a essa boa terra. “Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu D-us, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.” Dt 8.2 “Guarda-te, não te esqueças do Senhor, teu D-us...” Dt 8.11 Antes, te lembrarás do Senhor, teu D-us, porque é Ele que te dá força para adquirires riqueza...” 8.18 “Lembrai-vos e não vos esqueçais de que muito provocastes à ira o Senhor, vosso D-us...” Dt 9.7 Como um pai amoroso, Moshê vai trazendo à memória do povo a forma poderosa como foram guardados no deserto e como o Eterno os abençoou com uma terra maravilhosa. E fala da importância de lembrar, de não esquecer tudo o que o Eterno fez, e também o que o povo fez. Relembrar é algo que as Escrituras nos advertem em muitos textos, no Tehilim 103.1-2 Davi haMelech fala para que sua alma bendiga o Senhor e não se esqueça de nenhum só dos Seus benefícios. Um lembrete à minha própria alma, relembrar os feitos de HaShem. Jeremias diz: Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. Lm 3.21 Nós fomos feitos com a capacidade de memória avançada, mais do que qualquer computador que exista. Mas de que forma a temos utilizado? Nesta parashat aprendemos o que devemos sempre trazer à memória. Se há algo que precisamos lembrar é: o que o Eterno fez, e o quanto não merecemos tudo o que Ele faz. John Newton, um ex-comerciante de escravos transformado pelo poder de D-us falou, nos seus últimos anos: “Embora minha memória desvaneça, lembro-me claramente de duas coisas: Eu sou um grande pecador, e tenho um grande Salvador”.
Moshê faz questão de deixar bem claro que não é a retidão e a justiça própria que levaram o povo à terra prometida, pois estas faltaram em inúmeras ocasiões. Os povos daquela terra pecaram muito e estariam colhendo as consequências de suas próprias ações, e o Eterno estava confirmando as promessas feitas a Avrahan, Itzak e Yacov. Como bem diz em Ishaial 64.6, nossas justiças são como trapo de imundícia. Não há mérito em nós, a bondade de Hashem e sua fidelidade é que são infinitas. Por mais zelosos que possamos ser (e devemos nos esforçar para isso), não atingimos o padrão de santidade requerido por HaShem. Somente Seu Filho Yeshua haMashiach pôde cumprir esse padrão rigoroso e pagar em nosso lugar o resgate de nossas vidas. Que possamos ser eternamente gratos e humildes, relembrando os feitos de HaShem por nós.