Rosh Hashanah
L'shanah Tovah !
Por Rosh Maurício
B”H
Rosh Hashaná
Ani le Dodi ve Dodi li. Eu estou (sou) para o Meu Amado e o Meu amado está (é) para mim. (Shlomo - Shir Hashirim 6:3)
Em breve estaremos entrando no ano de 5781 da criação. O número dos anos da criação foi calculado pelos nossos sábios examinando os relatos e registros da Torah que dizem respeito aos anos vividos pelos primeiros personagens descritos nas genealogias, personagens e reinados nas Escrituras Sagradas.
A Torah relata que o primeiro mês do calendário judaico é o mês de Nissan no qual celebramos o Pessach (Ex 12:2), a saída do nosso povo de Mitsraim, no entanto não faz referência nenhuma a ser o primeiro dia do ano novo, Rosh Hashaná (cabeça do ano) mas o primeiro mês do calendário judaico. O Pessach é celebrado somente no dia quinze de Nissan (Ex 12:5-8), e não no primeiro dia do mês, contudo celebra a primeira das chagim (festas) do ano (Lv 23:4-6). Rosh HaShaná está conectado ao início do ciclo da criação que corresponde ao período anterior a Avraham Avinu e Am Israel. O calendário judaico é lunar e por conta disso o início do mês corresponde à Lua Nova e Pessach como Sucot são celebrados não no início do mês como Rosh HaShaná, na Lua Nova mas quando a lua está cheia no meio do mês. No entanto o mês de Nissan é o primeiro mês porque é contado a partir da saída dos Benei Israel de Mitsraim, o início da liberdade de Am Israel quando HaShem se torna único soberano na terra sobre Col Israel. Assim, neste mês de Nissan inicia-se o ciclo das celebrações ao Eterno com as chagim do ano. De todas as chagim estabelecidas na Toráh, somente Rosh HaShaná tem como data fixa na lua nova, no primeiro dia do mês.
E no sétimo mês, no primeiro do mês, convocação de santidade haverá para vós, nenhuma obra servil fareis, “Iom Teruá yhieh lachem” dia de toque de shofar será para vós. (Nm 29:1-7)
O mês de Tshrei é considerado Ano Novo para o cálculo dos anos que contém suas leis específicas que aludem à ideia de início de um processo ou ciclo. Temos como exemplo o ano sabático, que depois de seis anos ele se estabelece depois de Rosh Hashaná e Yom
Kipur em Chag Sucot (Dt 31:10-13), iniciando novo ciclo, como ocorre no ciclo dos seis primeiros dias da semana e o shabat findando o ciclo semanal. Da mesma forma temos o ano do jubileu, que representa o fim e o começo de um ciclo que ocorre a cada cinquenta anos, quando se toca o shofar em Yom Kipur (Lv 25:8-10). Temos também a própria tradição do cheshbon hanefesh, o período mais adequado ao autoexame e o balanço geral de prestação de contas para qualquer bom início.
Outro fator importante relacionado com Ano Novo é a nossa tradição judaica e os ditos do Talmud que afirmam ser Tishrei o mês relacionado às obras da criação. Desta forma ela nos diz que o homem foi feito no sexto dia da criação no dia de Rosh HaShaná, quando HaShem foi reconhecido e coroado pela única criatura terrena que tivera consciência disto. Assim é estabelecido o início dos meses a partir da presença do homem, a coroa da criação e imagem e semelhança divina (Gn 1:26). Com a posterior formulação do calendário judaico é calculado o primeiro dia da criação em 25 de Elul. Assim passamos a considerar este mês de Tishrei como Cabeça do Ano, Rosh Hashaná, Ano Novo onde se tem em conta os anos desde a criação, até o ano em breve presente de 5781.
Portanto Rosh Hashaná é o princípio do
ciclo do ano onde devemos estar preparados espiritualmente para conquistar mais uma etapa do nosso propósito e missão que o Eterno nos deu nesta vida. Todos os homens e mulheres tem um propósito Divino a ser cumprido nesta pequena parcela de sua existência terrena. Esse início, sendo feito de forma adequada e sincera, implica em cumprir com o propósito de HaShem em estabelecer estes Yomim Tovim nas Escrituras Sagradas, o que deve ser feito com o intuito verdadeiro de afastar o que nós temos pensado e agido que não agrada a HaShem, mesmo em detrimento ao ego e à própria vontade, mas se apegar em submissão ao Eterno por meio de Yeshua HaMashiach, e a Sua Torah.
Examinai-vos a vos mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Yeshua HaMashiach está em vós? Se não é que estais reprovados. (2Co 13:5)
No entanto é imprescindível que se mantenha este padrão e intento durante o ano, pois isto irá proporcionar um grande salto espiritual logo no início deste ciclo. Buscando manter-se em kedushá (santidade) até o novo ciclo, onde antigos e novos aspectos precisarão ser aprimorados e refinados. Contudo, devemos dar o primeiro grande passo neste processo que implica no cheshbon hanefesh de Elul, ou seja, o esforço no autoexame e conhecimento como está escrito: “Examinai o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do cálice” (1Co 11:28). A áusca da kedusha com a intenção do aprimoramento e crescimento espiritual (Lv 20:7; 1Pe 1:15,16) em todo este mês referido que antecede Tishre. Assim o cheshbon hanefesh implica na conscientização do estado imperfeito do homem diante da Torah, que req
uer o arrependimento de suas faltas e o perdão de seus pecados para a aproximação de HaShem, bem como ser transformado pela ação e amor Divino para andar em Sua presença em kedushá. Como se diz do resumo da Torah, amar a HaShem sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, o perdão deve envolver estas duas dimensões, ou seja, a D’us e ao próximo (Mt 6:14-15). Por conta disso, quando o ser humano se conscientiza de suas falhas e tenta refinar sua justiça e santidade não julgará seu próximo, pois seus olhos espirituais estarão mais abertos para a realidade, tanto de si mesmo como de suas relações.
Não julgueis para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados, e com a medida com que tiveres medido, serás medido. Por que vês o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro de teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. (MT 7:1-5)
As chagim foram estabelecidas divinamente e têm como objetivo intensificar estas relações entre os homens e o Eterno, renovando estes laços ao longo dos anos prop
orcionando um sólido relacionamento entre Am Elohim e Seu D-us (Rm 12:9-18; 2Co 13:11). Assim, ao longo do mês de Elul iniciamos este processo de cheshbon hanefesh, ouvindo o som do shofar até um dia anterior à véspera do Yom Tov, buscando este aprimoramento e exercitando a permanência da kedushá até Rosh HaShaná e Yom Kipur, para que se possa permanecer pelos demais meses do ano alcançando assim níveis espirituais cada vez mais elevados.
Le Shaná Tova umetuká! (Um bom e doce ano novo)
Rosh Mauricio Ulisses – Kehiláh Meshichi Brit Olam
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